Racismo nos gramados. Até quando?
Torcedora do Grêmio flagrada o xingando de macaco |
O racismo é algo repugnante que humilha, divide a classe trabalhadora e só beneficia quem está no poder. Escutamos muito que o Brasil é um país de muitas raças e misturas e que por isso não existe racismo, uma completa mentira! Com essa desculpa costumávamos a tolerar ataques racistas com nossos jogadores que atuam na Europa, mas agora crescem as ofensas nos gramados brasileiros e abre o debate para que algo seja feito e medidas concretas sejam tomadas de fato.
Os xingamentos de ‘Macaco’ ouvidos pelo goleiro Aranha, do Santos, na partida contra o Grêmio pelas oitavas de final da Copa do Brasil em Porto Alegre, são os que mais agridem a população negra que por muitos anos sofrem com discriminação e exclusão da sociedade. É como se sequer fossem seres humanos. Definitivamente alguma medida deve ser tomada em regime de urgência, para punir os agressores e chacoalhar a consciência desta juventude que participa de tais atos.
São muitos os casos semelhantes ao do goleiro Aranha, que em uma atitude corajosa chamou a atenção de repórteres e cinegrafistas para expor esta dura realidade. Este foi o quarto caso de grande repercussão no futebol brasileiro. O primeiro foi com o árbitro Marcio Chagas, em Bento Gonçalves (RS). Torcedores atacaram seu carro e deixaram bananas no retrovisor.
O segundo foi com o zagueiro Paulão, do Internacional, que ouviu insultos racistas de um torcedor gremista na Arena Grêmio em Porto Alegre; e o terceiro aconteceu com o também santista Arouca, quando ele dava entrevista para os jornalistas na saída de campo de um jogo em Mogi Mirim (SP).
O Sintect-VP repudia quaisquer ato de racismo, machismo, homofobia e opresão. Acreditamos que a única forma de lutar contra este problema é também lutar contra esses sistema no qual a riqueze se concentra nas maões de poucos e o povo sofre com a exploração, fome e preconceito. Não há como combater o racismo no campo sem colocar em cheque o caráter racista da FIFA e sem as punições necesárias.
Relembre de casos de racismo envolvendo jogadores de futebol
Aranha e Arouca avisam arbitragem sobre ofensas racistas da torcida do Grêmio na Arena
Foto: Roberto Vinícius/Agência Eleven/Gazeta Press
O lateral Daniel Alves foi alvo de racismo na partida contra o Villarreal em abril. A torcida jogou uma banana em campo, ele em resposta à atitude comeu-a
Foto: Reprodução/Vine
Arouca foi vítima de racismo no jogo contra o Mogi Mirim, no Campeonato Paulista. Clube foi apenas multado
Foto: Helio Suenaga/Gazeta Press
Em fevereiro, no duelo entre Real Garcilaso e Cruzeiro, o volante Tinga também foi xingado de macaco. Garcilaso foi multado em R$ 27 mil
Foto: Denilton Dias/Vipcomm
O árbitro Márcio Chagas da Silva foi vítima de racismo no jogo entre Esportivo e Veranópolis, no Gauchão. Esportivo perdeu pontos e foi rebaixado
Foto: Futura Press
Em 2005, Grafite se desentendeu com Desábato, que o chamou de “negrinho”
Foto: Getty Images
Volante Marino foi chamado de macaco e gorila no jogo contra o Paraná. Ele prestou queixa na delegacia contra os torcedores
Foto: Divulgação
Samuel Eto’o foi vítima de racismo diversas vezes. Em 2006, quando defendia o Barcelona, ele explodiu e deixou o gramado.
Foto: Site oficial
Didier Drogba, então no Fenerbahçe, foi xingado de macaco pelos torcedores do Galatasaray
Foto: Antonio Calanni/AP
Balotelli, à época no Milan, chegou a deixar o campo em protesto às manifestações racistas de torcedores
Foto: Justin K. Aller/Getty Images
Roberto Carlos defendia o Anzhi Makhachkala quando foi alvo de uma banana atirada por um torcedor, contra o Krylia Sovetov. Ele saiu de campo
Foto: Reprodução/Twitter
Boateng foi vítima do preconceito no amistoso contra o Pro Patria no início do ano
Foto: Getty Images
O meia português Toni Silva foi chamado de macaco pelo zagueiro Veselin Minev, do Botev Plovdiv
Foto: Divulgação
Na Espanha, torcedora imita macaco na tentativa de ofender jogador marfinense, Mamadou Koné, do Racing Santander
Foto: Reprodução/Twitter
Paulão, em novembro do ano passado no Betis, foi hostilizado pela torcida após ser expulso de campo. Torcedores também imitavam o som de macacos
Foto: Divulgação
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