Correios inicia devolução dos valores descontados dos grevistas


Desembargador negou liminar aos Correios, agora ECT inicia pagamento dos descontos indevidos


A decisão da 1º Vara do Trabalho de Brasília determinou em 30 de maio, que a Empresa restituísse os valores descontados arbitrariamente no prazo de 10 dias úteis. Os trabalhadores que realizaram greve em fevereiro deste ano, para lutar por direitos e contra a terceirização do plano de saúde, receberam descontos indevidos nos salários e até no Vale alimentação, tudo isso por pura retaliação e perseguição da direção dos Correios, que descumpriu inclusive as decisões judiciais.

O Sintect-VP mantém sua ação na Justiça, mas segundo relato de funcionários, os valores já foram pagos à grande maioria.


Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), cerca de 10 mil trabalhadores da área operacional, como carteiros, tiveram os descontos indevidos. 


Ao analisar se a greve foi ou não abusiva, em março deste ano, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que deveriam ter 15 dias do salário descontados no salário de abril, nada além disso.
Os Correios descontaram, além do salário, também parcela do valor do auxílio-alimentação dos grevistas. Os Sindicatos recorreram ao próprio TST, que não analisou o caso. Eles recorreram, então, à Vara do Trabalho.
"Até a Justiça reconheceu a arbitrariedade da direção dos Correios que decidiu punir por conta própria os trabalhadores que unidos travaram uma luta pelo plano de saúde.", disse o Presidente do Sintect-VP Marcílio Medeiros.
Durante a greve, os trabalhadores já tinham sofrido esse tipo de ataque com corte dos benefícios, vale alimentação/refeição e cesta básica, por parte da empresa. Entretanto, por meio de uma decisão no TST, a empresa foi obrigada a efetuar os depósitos imediatamente. 
O que a ECT não entende é que este tipo de atitude não afasta os lutadores das mobilizações, muito pelo contrário. 

"Nas grandes greves dos anos 80 e 90, os trabalhadores eram punidos desta maneira, inclusive com demissões, e mesmo assim as greves continuavam, e cada vez mais fortes! O sentimento de revolta e solidariedade só ampliavam a adesão" Informou Marcílio Medeiros. 

Estes ataques só fazem com que aumente a disposição de todos os trabalhadores de continuar unidos lutando por seus direitos.





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