Alerta: Falta d´agua em São Paulo é grave! Seca já era prevista, mas investimentos não foram feitos.

Represas do Vale estão no nível mais baixo em dez anosRepresas do Vale estão no nível mais baixo em dez anosProtesto contra falta d'água em Itu
Fonte: SindmetalSJC

A crise de falta d’água afeta cada vez mais cidades do estado de São Paulo e começa a causar protestos por parte da população que se revolta.
A falta de investimentos e de política do governo paulista (PSDB) para enfrentar o problema é o grande culpado por esta seca.

Na grande São Paulo, todas as regiões já são afetadas em intervalos que vão desde algumas horas até alguns dias sem o serviço! E quando o recurso chega, é de qualidade ruim, com cor escura e forte odor de peixe, segundo moradores ouvidos.
Indignados com a situação, moradores de Itu e Campinas realizaram protestos esta semana. Sem água há seis dias, moradores da periferia de Campinas fecharam uma avenida da cidade, nesta terça-feira, dia 14. 

Em Itu, moradores interditaram as rodovias SP-75 e SP-79 na noite desta segunda-feira. Os protestos na cidade vêm acontecendo desde o mês passado, quando a população chegou a fazer uma manifestação em frente à Câmara cobrando medidas para resolver o problema.

Descaso
Apesar de a empresa reconhecer que a água na cidade de São Paulo pode acabar em novembro se não voltar a chover, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) segue negando a existência de racionamento.

Para especialistas, entretanto, a crise hídrica que afeta o estado está relacionada não apenas à escassez de chuvas, mas sobretudo à falta de planejamento do governo. 

Seca era prevista, mas investimentos não foram feitos!
Em 2009, o relatório final do Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, elaborado pela Fundação de Apoio à USP (Universidade de São Paulo), já alertava para o risco de desabastecimento da Região Metropolitana de São Paulo com o colapso do Sistema Cantareira. 

Já naquela época, os dados mostravam que as represas que abastecem o sistema estavam gastando mais água do que recebendo. Além disso, a Sabesp chega a perder 40% da água potável com tubulações mal conservadas. 

Apesar disso, a empresa não investiu em novos reservatórios nem na melhoria do sistema de distribuição.
Na opinião da diretora da ONU (Organização das Nações Unidas) para assuntos relacionados à água, Catarina Albuquerque, a crise hídrica de São Paulo não é culpa de São Pedro, mas sim do governo. 

"Concordo que a seca pode ser importante. Mas o racionamento de água precisa ser previsto e os investimentos necessários precisam ser feitos", disse em entrevista à Folha. "A responsabilidade é do Estado, que precisa garantir investimentos em momentos de abundância", insistiu.

Privatização da Sabesp só piorou o fornecimento
Desde que a Sabesp foi transformada em uma empresa de capital misto (público e privado), sua função tem sido a de garantir os lucros dos acionistas e não o investimento para melhoria dos serviços. Em 2003, por exemplo, 60,5% do lucro líquido da Sabesp foram parar no caixa de acionistas, dinheiro que poderia ter feito a diferença se fosse investido em obras para aumento da captação e tratamento de água. 

Atualmente, 50,3% de seu controle acionário se encontram nas mãos do Estado, enquanto 47,7% das ações são de propriedade de investidores brasileiros (25,5%) e estrangeiros (24,2%).

Para a relatora da ONU, não faz sentido a Sabesp ter suas ações comercializadas na Bolsa de Nova York e de São Paulo (Bovespa), enquanto a população tem de conviver com a falta d’água. "Antes de repartir lucros, a empresa precisa investir para garantir que todos tenham acesso à água", declarou.


Situação no Vale
No Vale do Paraíba a situação não é das melhores. O volume de armazenamento dos quatro reservatórios da bacia do Rio Paraíba do Sul chegou a 12,3%, no inicio do mês, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). É o menor índice registrado na última década. 

O estado mais crítico é o do reservatório de Paraibuna, que chegou a 8,42% do volume útil e colocou a região sob alerta. 

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