Ebola: Enquanto a doença atinge negros e pobres, indústria farmacêutica diz que cura é "economicamente ineficaz"


Dados: SindmetalSJC

O continente africano está vivendo a pior epidemia de ebola da história. Agora o primeiro caso já foi registrado fora do continente e até o Brasil já tem suspeita.
Esta doença mortal não tem sido combatida como deveria por governos e laboratórios farmacêuticos. Isso porque até o momento a maioria das vítimas são negros e pobres. 
É uma das faces mais cruéis do capitalismo, é tratar a saúde como fonte de lucros.
O professor belga Peter Piot, um dos responsáveis pela descoberta do vírus ebola em 1976, criticou a "extraordinária lentidão" da Organização Mundial da Saúde (OMS) na adoção de medidas para combater a epidemia.
"A epidemia explode em países onde os serviços de saúde não funcionam, devastados por décadas de guerra. Além disso, a população desconfia radicalmente das autoridades", disse o especialista ao periódico francês Libération.
Tratamento
Mesmo diante de tamanha epidemia, as indústrias farmacêuticas continuam a afirmar que a pesquisa para a cura se mostra "economicamente ineficaz". 
Por ser uma doença de países com baixíssima renda, a produção de remédios e vacinas contra o vírus não promete retornos financeiros e, portanto, não desperta a atenção dos empresários em tal "investimento".
Enquanto isso, doentes são confinados e segregados em cordões sanitários, com alto índice de mortalidade. Parece filme de ficção. Mas, infelizmente, é realidade.
Já os médicos e estrangeiros atingidos pela doença estão recebendo tratamento diferenciado. 
Dois americanos infectados na Libéria foram transferidos rapidamente aos Estados Unidos e estão sendo tratados com uma droga experimental, inclusive já vêm apresentando melhoras. 
Porém, os africanos não tiveram acesso a esse experimento.
"Por que tinha remédio para os dois americanos, mas não tem para gente, africanos?", disse Mamadu Bah, funcionário de um hotel em Serra Leoa, à jornalista Patrícia Campos Mello.
A repórter escreveu um artigo sobre "a terra que o mundo esqueceu", onde relata: "Todo mundo aqui está em pânico. Ninguém sabe bem como pega, como se prevenir."
Em seu texto, Mello acerta em cheio os empresários que lucram com a vida (ou a morte): "O ebola faz parte das chamadas "doenças negligenciadas" –que atingem só gente pobre–, então não interessam para as indústrias farmacêuticas. Se elas podem lucrar com Viagra e remédio de colesterol, por que iriam investir em pesquisa para malária e ebola?".
Saiba mais
Se contraído, o ebola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, causando pânico nas populações infectadas.
O vírus é transmitido por contato direto com fluidos corporais e sangue infectados. A doença causa hemorragias graves e é fatal em 90% dos casos, pois não existe cura e nem vacina para combater o vírus.

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